(Em Flor, 2001, Adriana Varejão)
EIXO TEMÁTICO: INTERARTES E ENSINO
INTERARTES: MANIFESTAÇÕES LITERÁRIAS, ARTÍSTICAS E ENSINO
Daura Maria Guimarães de AGUIAR (PUC GO)
Vitor Fernando Perilo VITOY (PUC GO)
Návia Regina Ribeiro da COSTA (PUC GO)
Ruzileide Epifânio NOGUEIRA (PUC GO)
Este simpósio trabalhará na perspectiva dos estudos interartes, quais são as orientações para o ensino aprendizagem de literatura relacionado às outras linguagens artísticas. Procura, a princípio perceber a intermidialidade e intertextualidade entre a literatura, as artes e a cultura nos séculos XX e XXI, e as práticas de ensino conforme os documentos oficiais que norteiam o ensino de literatura no Brasil: Parâmetros Curriculares Nacionais e Orientações Curriculares para o Ensino Médio. É nesse sentido que entram, portanto, a intertextualidade e semiótica como diferentes formas entre diferentes mídias, na representação verbal de textos compostos em sistemas não verbais, a recriação de um texto como autossuficiente numa outra mídia ou num outro sistema sígnico, assim, textos verbais podem ser transpostos ou adaptados em imagens, composições musicais, filmes e vice-versa. O que se fará é tentar estabelecer como tais relações são tratadas ou retratadas no âmbito educacional, mais especificamente no ensino de literatura nos ensinos médio e superior em âmbito nacional, levando em consideração também as particularidades regionais. Para atingir tais objetivos, o professor deve estar sempre atento às transformações sofridas no Brasil e no mundo nos mencionados períodos e a percepção- recepção que o aluno/ leitor deve ter dos autores, textos e obras analisadas.
Palavras-Chave: Literatura. Arte. Cultura. Interxtextualidade. Trandisciplinaridade.
EIXO TEMÁTICO: LITERATURA E OUTRAS ARTES: CINEMA E VÍDEO-CLIP
POSSIBILIDADES E LIMITES DE UMA INTERSECÇÃO ENTRE CINEMA E LITERATURA
Marcos ARRUDA
Ao entrarmos em contato com diferentes tipos de artes, nos lembramos de que este simpósio será de grande valor aos alunos e pesquisadores, ao participar desta experiência limite, que abaliza e faz reflexões de novas possibilidades. É preciso estar bebendo de diferentes águas e incorporar aos nossos aprendizados experiências que remontam vieses e olhares com a diferença e pela diferença, tais como, sociologia, antropologia, filosofia, teorias e tantos outros saberes que partilhamos ou não em nosso cotidiano. O aprofundar-se em aspectos estruturais, pragmáticos e intersistêmicos no campo cultural produzido pela literatura, cinema, vídeo-clips, minisséries, mídias e documentários, com o foco nas temáticas e nas posturas sócio-político-culturais e, sobretudo contemporâneas. Far-se-á necessário a análise das possibilidades encontradas em diferentes artes, diante da audácia que cada uma delas incorpora em seu corpus. Reflexões perante a (re) produtibilidade das narrativas, técnica de imagens, romances literários, jornalismo literário, literatura, cinema, transformado em música pop, pela televisão vídeo e computador, constituindo uma cultura visual contemporânea. Atualidade do conceito de estética e seus enigmas. Discussão de categorias capazes de compreender a produção artística contemporânea, como a transgressão, o poético, o feio, o brega, o chique, o simulacro, multiculturalismo, pós-modernidade, além de outras categorias estéticas que orbitam a esfera do contemporâneo. A imaginação que se apresenta enquanto leitor que pode ser vista de forma diferenciada por aquele que lê, observa, e escuta toda criatividade a partir de searas imagéticas e sonoras. Não basta o olhar da inquietação para sairmos e transitarmos como apreensivos nas sinuosidades da pesquisa mas buscar as aproximações e distanciamentos na edificação destas artes, que fazem de nós seres inacabados em busca do conhecimento. Aproximar possibilidades de perturbações em nossas vidas sociais e coletivas, entrelaçadas a uma máquina de ver e aos modos de ser apesar de uma vigilância tecnológica, contudo, repleta de subjetividade.
Palavras-chave: Cinema. Literatura. Poesia.
EIXO TEMÁTICO: REALIDADE E FICÇÃO :DESDOBRAMENTOS DISCURSIVOS E NARRATIVAS HÍBRIDAS
DO EU E DO OUTRO EM NARRATIVAS BIOGRÁFICAS
Rogério Pereira BORGES (PUC GO)
Um dos gêneros mais populares do mercado editorial em todo o mundo, as biografias, em suas mais variadas modalidades, desafiam abordagens teóricas na medida em que se revelam complexas e nuançadas em suas composições. Ao mesmo tempo que podem figurar como relatos de cunho histórico ao tratar de personagens, temas e episódios de relevo, também têm como se mostrarem um testemunhos pessoais quando realizadas no formato das autobiografias. Laudatórias ou críticas, tais obras constituem um rico e surpreendente campo de análise e crítica, onde há a possibilidade de trânsito de numerosos conceitos e correntes teóricas da literatura e de outras áreas do conhecimento, como a História e o Jornalismo. Dentro deste hibridismo e tomando o perfil fugidio das biografias como objeto, propõe-se aqui uma discussão das potencialidades de estudo que esses trabalhos oferecem, sobretudo quanto ao seu discurso, seja em referência ao Eu que narra, seja em relação ao Outro que é narrado. Para tanto, toma-se, como objetos de debate e escrutínio, obras de um dos mais proeminentes biógrafos brasileiros, o escritor e jornalista Lira Neto, autor de títulos de destaque neste nicho, como Getúlio (3 volumes), Padre Cícero e Maysa. Em contraponto, também estará sob foco o ensaio biográfico Mishima ou a Visão do Vazio, da autora Marguerite Yourcenar, que nos desafia a todos com um misto de biografia tradicional sobre o escritor japonês que se matou em um espetáculo público e de texto intimista, em que a biógrafa grafa seus próprios sentimentos no processo de construção do enredo.
Palavras-chave: Biografia. Narrativa. Discurso. Lira Neto. Marguerite Yourcenar.
EIXO TEMÁTICO: LITERATURA E ESTUDOS DE GÊNERO
VOZES DO CENTRO E VOZES DAS MARGENS: HEGEMONIA E DIFERENÇA NO PENSAMENTO E NA LITERATURA
Márcia Maria de Melo ARAÚJO (UEG)
Norival BOTTOS JÚNIOR (UFG/Cnpq)
Identificando a literatura marginal e periférica produzida como um gênero presente na literatura de todas as épocas, interessa-nos como fonte de investigação questões como as relações de exclusão, a misoginia, as expressões de vozes periféricas e as diversas relações de exclusão social a partir das produções literárias escritas a respeito de personagens que habitam as regiões periféricas do mundo e os reflexos provocados por essas formas de exclusão e ab-rogação nos estudos literários. O pressuposto é que tal enfoque, sob a denominação "marginal", ao contrariar o cânone literário, questiona os limites da definição da literatura. O objetivo principal é problematizar fatores que permeiam a discussão sobre como se opera o discurso de dominação cultural e marginalização do “outro”, a problemática da violência como um elemento de forte incidência na literatura produzida pelo descentramento. Em outras palavras, identifica-se na relação de marginalidade, na medida em que se constitui expressão de novas territorialidades e fluxos de expressão artística, certa oposição à arte canônica reconhecida como discurso dominante. Como uma das abordagens possíveis, a literatura feminina se efetiva como uma tendência relevante de literatura marginal, visto que sua presença na história da literatura é restrita e habitualmente relacionada ao discurso misógino operado pelo logocentrismo ocidental. Cabe destacar, no plano arqueológicio de pesquisa desses discursos marginalizantes as noções de identidade e desterritorialização como cruciais para a discussão sobre essas modalidades de escrita.
Palavras-chave: Outridade. Marginalidade. Vozes periféricas. Misoginia. Desterritorialização.
EIXO TEMÁTICO: ESTUDOS EM LINGUAGEM E ENSINO
LITERATURA EM MOVIMENTO: DIÁLOGOS E
PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO
Sara
de Castro CÂNDIDO (PUC-GO)
Carlos
Alberto NOGUEIRA (PUC-GO)
Este Simpósio
visa refletir sobre a importância da relação entre a Literatura e as
disciplinas da Educação Básica no processo de produção de conhecimento nas
escolas. Busca dialogar, principalmente, com as áreas de Letras, História,
Geografia, Filosofia, Sociologia, Matemática, Física, Química e Biologia,
para pensar estratégias de ensino e aprendizado que tenham o texto literário
como suporte para a construção do saber, com base nas matrizes de referência
dos cursos de Licenciatura em atitudes inter e transdisciplinar. Pretende-se
também, com este Simpósio, examinar estudos e pesquisas - além de intercambiar
experiências – e coletar materiais para posteriores debates.
Palavras-chave:
Literatura. Ensino. Inter e transdisciplinaridade.
EIXO TEMÁTICO:A CRISE DO DUPLO NA CONTEMPORANEIDADE
AS VARIAÇÕES E VALORES DO DUPLO NA LITERATURA E EM OUTRA ARTES NO DECORRER DA HISTÓRIA
Suzana Yolanda
Lenhardt Machado Cánovas (UFG)
Kelio Junior
Santana Borges (IFG)
O tema do duplo se fez presente em inúmeras narrativas primitivas orais pertencentes às mais variadas culturas do mundo. Já nas mitologias grega e hebraica, a escrita pôde cristalizar e evidenciar ainda mais a importância desse tema na relação do homem com o mundo e, principalmente, na relação dele consigo mesmo. A literatura, desde muito cedo, explorou de modos diferenciados essa temática, concedendo a ela um papel de destaque e ampliando cada vez mais seu significado dentro da cultura. No decorrer das épocas históricas, grandes escritores, influenciados por diferentes ideologias, lançaram mão do duplo para refletir sobre todos os antagonismos relacionados a um estar-no-mundo cada dia mais complexo e misterioso. De Shakespeare a Dostoievski, de Oscar Wild a José Saramago, e de Machado de Assis a Lygia Fagundes Telles, temos ricos e sublimes imersões no universo do mito do duplo. No mundo contemporâneo, não só na literatura é possível ser rastreada a constante retomada do tema, o cinema, a dança e a pintura são outras formas artísticas em que podemos encontrá-lo sendo abordado. Este simpósio tem como objetivo engendrar uma reflexão sobre o mito ou o tema do duplo a partir de trabalhos que abordem suas manifestações tanto do passado quanto do presente em escritos ou outras artes, engendrando uma reflexão sobre suas variantes e seus valores no decorrer das épocas históricas.
Palavras-chave: Contemporâneo. Literatura. Imaginário. Mito do Duplo. Outras Artes.
EIXO TEMÁTICO: LITERATURA E ARTES VISUAIS
MARCAS INDELÉVEIS NA LITERATURA E NAS ARTES: PROPOSTAS E DESAFIOS NA CONTEMPORANEIDADE
Rosicley Andrade COIMBRA (UFG/Capes)
Entramos numa era em que a dinâmica não é mais o acúmulo, mas o descarte constante. Zygmunt Bauman afirma que tudo o que a modernidade produz é feito para não durar, pois vivemos em uma “modernidade líquida”. A constância, a aderência e a viscosidade das coisas, tanto animadas, quanto inanimadas, são os perigos mais sinistros e terminais, as fontes dos temores mais assustadores e os alvos dos ataques mais violentos. O grande medo da modernidade é a durabilidade, isto é, a satisfação duradoura, logo, a mercadoria não deve durar tampouco a satisfação deve ser longa, pois a “sobrevivência dessa sociedade e o bem-estar de seus membros dependem da rapidez com que os produtos são enviados aos depósitos de lixo e da velocidade e eficiência da remoção dos detritos” (BAUMAN, 2007, p.9). Partindo dessas premissas indagamos: Em meio à montanha de detritos que se forma, em que nada parece ter duração e importância, como a literatura e as artes em geral (ainda!) conseguem imprimir marcas indeléveis em um mundo que se tornou um verdadeiro império do efêmero? Ítalo Calvino, no limiar desse milênio de agora, procurou destacar “alguns valores ou qualidades ou especificidades da literatura” que lhes eram particularmente caros, buscando situá-los na perspectiva do milênio que se anunciava. Para ele, “há coisas que só a literatura com seus meios específicos nos pode dar” (CALVINO, 2010, p.9). Pensando nisso, Calvino propôs seis propostas, das quais só conhecemos cinco: leveza, rapidez, exatidão, visibilidade e multiplicidade. Em relação à última, a consistência, não sabemos, especificamente, do que iria tratar. Mas poderíamos considerá-la como a mais importante, uma vez que podemos associá-la a sinônimos como “firmeza” e “resistência”, bem como a uma ideia de impressão forte causada por alguma coisa. De alguma maneira, a última (e inexistente) proposta dialoga com a proposta desse Simpósio.
Palavras-chave: Modernidade. Modernidade Líquida. Artes.
EIXO TEMÁTICO: LITERATURA, IMAGINÁRIO E MEMÓRIA FICCIONAL
A CRIANÇA NA TRAGÉDIA GREGA ANTIGA
Ana Lara Vontobel FONSECA (IFG GO/PUC-PPGE)
O trabalho versa sobre a criança e a infância e suas relações com a morte na dramaturgia grega do século V a.C. São analisadas quatorze tragédias de Sófocles e Eurípides, das quais pode-se observar mais de trinta personagens crianças. Na pesquisa, elas foram divididas segundo as funções que exercem: vítimas de infanticídio, participantes dos rituais fúnebres na morte de algum familiar, suplicantes pela própria vida ou pela vida de outrem, e guias de cegos. Estas funções inspiram a hipótese de que todas as crianças trágicas mantêm algum tipo de relação com a morte, mesmo que, no último caso, seja uma relação indireta. Verificou-se que a morte, no dia-a-dia ateniense do período clássico, consistia em algo bastante familiar às crianças. Essas participavam dos rituais fúnebres de seus parentes, realizando alguns procedimentos que cabiam aos filhos. As crianças também são apresentadas nas tragédias analisadas como motivo de piedade e obstáculo para a morte intencional de adultos que mantém com elas vínculo consanguíneo; ou no papel de suplicantes pela própria vida, na tentativa de convencer adultos a não cometerem ações violentas que resultam em mortes. Já os infanticídios trágicos acontecem por sacrifício divino, vingança aos pais ou prevenção de vingança futura. A ideia grega da selvagem condição da infância, próxima dos animais quadrúpedes, bem como a qualidade “feminina” da infância grega, vivida em casa com mulheres, são preservadas durante o infanticídio, através das armas propícias para imolar vítimas sacrificiais, bem como o lugar mortal nos corpos. Ou seja, crianças trágicas, ainda que do sexo masculino, são geralmente assassinadas com um punhal traspassado na garganta, da mesma maneira que se sacrificavam os animais e as donzelas; diferentemente da forma de assassinar um homem adulto. A pesquisa foi concluída e apresentada como dissertação do Mestrado em Teatro (UDESC/2006).
Palavras-chave: Tragédia Grega, Infância, Criança, Morte.
EIXO TEMÁTICO: LITERATURA E ARTES VISUAIS
O MOVIMENTO HIEROGLÍFICO DA LINGUAGEM VERBAL E VISUAL
Aguinaldo José GONÇALVES (PUC GO)
O título escolhido para este simpósio é movido pelo pensamento de um dos primeiros leitores da obra de arte nos caminhos devidos de penetração e enlevação de sua natureza. Refiro-me às reflexões críticas e teóricas de Denis Diderrot no século XVIII, ao perceber as íntimas relações entre os vários sistemas artísticos, e dentre eles as específicas aproximações entre o discurso literário e as artes visuais. Ao perceber as falsas e incorretas leituras de críticos da época que apenas reconheciam as marcas macroestruturais da linguagem e distorciam a verdadeira natureza expressiva da mesma, reagiu a isso deitando sua percepção pelo “desvio de dentro” dos textos e dos objetos de arte. A esses desvios que ocorrem no universo microestrutural das obras, o pensador francês denominou de hieróglifos conduzindo para além da natureza do signo o que se entende pelo seu universo semi-simbólico. Este simpósio propõe uma reflexão a respeito da “mútua iluminação” entre literatura e artes visuais. A abordagem determinante para que se realize tais procedimentos possui natureza intersemiótica. Tendo como fio condutor as semelhanças e dessemelhanças entre o signo icônico e o signo verbal serão privilegiadas as instâncias semi-simbólicas de uma e de outra categoria discursiva. Esses fundamentos próprios do signo posto em movimento nos contextos plurais de significação baseiam-se em determinantes analógicos, não de semelhanças de estruturas que se explicitam em temas ou em comparações diluentes, mas diz respeito a aproximações de raízes, portanto profundas que instigam as mais complexas e surpreendentes linhas de significação. A esses procedimentos aproximativos denominamos homologias estruturais e são elas que justificam o que se denomina mútua iluminação entre sistemas.
Palavras-chave: Signo. Literatura. Artes plásticas. Homologia. Relação
EIXO TEMÁTICO: LITERATURA AFRO-PORTUGUESA E AFIRMAÇÃO IDENTITÁRIA
POVOS AFRICANOS E AFRODESCENDENTES EM MOVIMENTO DIASPÓRICO NO DISCURSO POÉTICO
Lacy Guaraciaba MACHADO (PUC GO)
Sávio Roberto Fonseca de FREITAS (UFRPE-UFPB)
Iedo de Oliveira PAES (URFPE)
Este simpósio é um convite para o debate sobre o movimento diaspórico dos povos africanos e afrodescendentes, que se realiza no texto poético selecionado como objeto estético. Inclui o estudo de conceitos como hibridização, desterritorialização, reteritorialização, entretempo, entrelugar e outros que instituam movimento contínuo, ou seja, retorno dinâmico às raízes culturais do mundo ficcionalizado.
Palavras-chave: Afrodescendentes. Discurso literário. Narrativas hibridizadas. Povos africanos.
EIXO TEMÁTICO: IMAGINÁRIO E PERFORMANCE
A SOCIOLOGIA DA SACIOLOGIA GILBERTINA – A PERFORMANCE DO MITO
Antonio Donizeti da CRUZ (UNIOESTE)
Éris Antônio de OLIVEIRA (PUC GO)
Maria de Fátima Gonçalves LIMA (PUC GO)
O presente simpósio visa desenvolver reflexões e um olhar plural, interdisciplinar, sobre as relações entre imaginário e performatividade, com vistas ao estudo das imagens, mitos, símbolos e arquétipos, tendo em vista as relações entre a literatura e o processo social, histórico, cultural e memória, nas mais diferentes formas de interpretação do literário e artístico, nos campos das relações estéticas e da crítica. Busca-se também refletir sobre o imaginário e as relações performáticas na obra Sociologia Goiana de Gilberto Mendonça teles, com base na abordagem sociológica, fenomenológica, na mitocrítica, semiótica, hermenêutica, cultural, histórica, mítica e na teoria do imaginário e nos estudos da performance, e outras, bem como investigar as dimensões simbólicas, arquetípicas e míticas em diferentes gêneros textuais, a partir dos fundamentos mítico-sociais e das dimensões simbólicas, arquetípicas e míticas relacionadas aos textos literários. O simpósio dará ênfase, como aporte teórico, a teorias de autores como Gaston Bachelard, Gilbert Durand, Paul Ricoeur, Paul Zuntor, dentre outros, tendo em vista as teorias sobre os subgêneros memória individual, coletiva, social, imaginário e performance, levando-se em conta também os estudos literários contemporâneos a respeito das teoria do texto poético e artes performáticas.
Palavras-chave: Poéticas do Imaginário. Memória. Mito. Performance.
EIXO TEMÁTICO: LITERATURA CONTEMPORÂNEA LATINO-AMERICANA
DA LIBERTINAGEM À ESTÉTICA DA TRANSGRESSÃO NA ESTRUTURA NARRATIVA LATINO-AMERICANA
Maria Teresinha Martins do NASCIMENTO (PUC GO)
O romance latino-americano teve sua afirmação definida notadamente a partir do Realismo Mágico. A temática e o modo sui-gêneris de narrar constituiu desde então um paradigma literário que desafia escritor e leitor. O boom literário instaurado desde Cem anos de solidão de Gabriel G. Márquez continua a desafiar o ato de criação da narrativa. Juan Rulfo, José J. Veiga, João G. Rosa, João Ubaldo Ribeiro e Isabel Allende entre outros, sem seguir as mesmas pegadas, construíram um legado que identifica originalmente o modo de ser artístico da literatura latino-americana. A libertinagem dos costumes e o incesto são temas abordados, propícios à desarticulação da estrutura narrativa que se via até então, cerceada pelo princípio aristotélico de começo, meio e fim. O fluxo de consciência e a ambiguidade entre o real e a ficção não se sujeitam à estrutura narrativa linear e desde então, novas perspectivas confluem para dar sustentabilidade à transgressão estética, que nos dá o que pensar sobre a literatura contemporânea enquanto processo artístico identitário.
Palavras-chave: Estrutura. Libertinagem. Transgressão. Narrativa. Estética.
EIXO TEMÁTICO: INTERARTES E ENSINO
PROCEDIMENTOS TRADUTÓRIOS E INTERARTES NO PROCESSO TRANSCRIATIVO COMTEMPORÂNEO
Divino José PINTO (PUC GO)
José Nicolau Gregorin FILHO (USP)
Wolney Alfredo Arruda UNES (UFG)
Este Simpósio abre-se aos estudos sobre procedimentos voltados para crítica e teorias tanto sobre transcriação quanto sobre tradução literária e análise das relações entre literatura nacional e literatura estrangeira traduzida integralmente ou adaptada. Trata-se de um enfoque transdisciplinar, adotado para analisar o processo criativo no imaginário contemporâneo, enfocando diferentes sistemas de significação e de relações intersemióticas (literatura, cinema, teatro, música, pintura, escultura, arquitetura, fotografia, artes plásticas e publicidade).
Palavras-Chave: Processo criativo. Relações intersemióticas. Tradução. Transcriação.
EIXO TEMÁTICO: LITERATURA E GÊNERO
TEORIA QUEER E O INTERMINÁVEL LIMIAR DO OLHAR
Adélia Freitas da SILVA (PUC GO/UFG)
Divina Pinto PAIVA (PUC GO/UFG)
Edna Silva FARIA(PUC GO/UFG)
As Teorias Queer – termo utilizado para se referir a formas sociais de viver engajado com as teorias de pós-identidade nos faz considerar as questões de identidades sexuais na educação em relação aos conceitos de globalização e pós-colonialismo, (Nelson, 2006). Nesse simpósio, objetivamos discutir a sexualidade que está em jogo no mundo contemporâneo, tentando entender a questão das identidades e pós-identidades construídas nos contextos das interações reais e das interatividades virtuais. Repensar quem somos ou quem estamos nos tornando a ser a partir de nossas práticas discursivas e sociabilidades possibilita-nos compreender a desestabilização sobre o que é ser homem e/ou ser mulher, diante da semiotização e linguísticas aplicadas contemporâneas. O modo como estamos a repensar a nossa vida, aprendendo a lidar com a diferença como constitutiva de nós mesmos, o trabalho da cultura e das práticas sociais, o discurso da família, escola religião, arte e literatura nos contextos das linguísticas aplicadas contemporâneas. Moita Lopes (2006), Butler, (2004), Didi-Huberman, (2010), Amossy, R (2008), Iúri Lótman, (1996).
Palavras-chave: Literaturas e Gênero. Teoria Queer e Pós-Identidades. Semióticas. Linguísticas Aplicadas Contemporâneas.
EIXO TEMÁTICO: IMAGINÁRIO E PERFORMANCE
LITERATURA, TEATRO, GÊNERO E AS PERFORMANCES CULTURAIS
Paulo Petronílio Correia (UnB/UFG-EMAC)
O objetivo desse Simpósio é pensar e problematizar a complexidade das performances culturais e seus múltiplos diálogos com a cultura, a literatura, o teatro e o gênero. As performances culturais como um oco aberto no caos permite deslocamentos e trânsitos a partir de arranjos criativos e inventivos tendo como ponto de partida a própria cultura em que os sujeitos estão inseridos ou das artes que eles experimentam e vivenciam. Os sujeitos performatizam a sua cultura e extrai daí a sua experiência ética, sua força estética e política. A Performance transforma-se no espaço em que o subalterno, os sujeitos das margens podem buscar linhas de fugas e potencializar fluxos de pensamentos e de vida. Por isso a Performance se desenha como labirinto, toca cheia de entradas múltiplas em que todas estão amarrados nos frágeis fios de Ariadne. É a encruzilhada primordial do pensamento que busca no novo, no impensado, formas de afirmar a potência e o devir da vida. É bem verdade que a contemporaneidade vem nos permitindo criar processos de subjetivação, fissuras no caos para, a partir daí, potencializarmos múltiplas vozes e discursividades que performatizam ethos e visões de mundo sejam através da literatura como expressão da linguagem e das palavras, seja como expressão da cultura em sua rede de significados. No entanto, esse Simpósio articula um diálogo (inter) transdisciplinar em que as performances pensam e tematizam visões de mundo a partir das artes e das culturas, costurando redes complexas de significados de múltiplas vozes.
Palavras-chave: Performances. Cultura. Gênero. Literatura.
EIXO TEMÁTICO: TEORIAS ESTÉTICAS COMPARADAS: APORIAS CONTEMPORÂNEAS
PROCESSOS CONFIGURADORES DA ARTE CONTEMPORÂNEA - VIRTUALIDADE, DESTERRITORIALIZAÇÃO, SEDUÇÃO, SIMULACROS E SIMULAÇÕES
Éris Antônio OLIVEIRA (PUC GO)
Maria Aparecida RODRIGUES (PUC GO)
Neste Simpósio, serão apresentados estudos relacionados a um conjunto de fatores que integram a constituição e a visualização dos objetos na arte de agora, agora, como seu caráter virtual, desterritorializante, sedutor, simulador e desconstrutivo entre outros, que tratam da modernidade e da hipermodernidade, em suas variáveis como: perda da aura, presente contínuo, moda, fluidez, entrelugar, globalização econômica e criativa, sociedade de consumo e do espetáculo, disjunção paradoxal, desconstrução e dissipação e nomadismo do sujeito. A proposta do Simpósio visa a abarcar pesquisas que tratam das teorias críticas de pensadores como: F. Nietzsche, Martin Heidegger, Walter Benjamin, Michel Foucault, Jacques Derrida, Gilles Deleuze e Félix Guatari, Guy Debord , Gilles Lipovetsky, Jean Baudrilard entre outros.
Palavras-chaves: Modernidade. Hipermodernidade. Sedução. Desconstrução. Dissipação do sujeito.
EIXO TEMÁTICO: LITERATURA E ENSINO DA LITERATURA NA CONTEMPORANEIDADE
O ENSINO DE LITERATURA E A ESCOLA PUNITIVA NA REPRESENTAÇÃO FICCIONAL: POSSÍVEIS SOLUÇÕES NA CONTEMPORANEIDADE
Maria Eneida Matos da ROSA (IFB- São Sebastião)
Este simpósio pretende reunir estudos que tratem de articulações entre literatura e ensino na contemporaneidade. Trata-se de um tema relevante tendo em vista ainda as dificuldades de acesso à leitura, problema recorrente desde o século XIX e que parece ainda longe de ser sanado no Brasil. Apresentamos a seguir algumas questões que podem nortear as pesquisas a serem apresentadas: 1) a função pedagógica da literatura; 2) como trabalhar a literatura em tempos de ‘Escola sem partido’ e “Lei da mordaça”; 3) Experiências exitosas com o trabalho de literatura em sala de aula; 4) Uso de tecnologias como facilitador ou um complicador no acesso aos livros?; 5) De que modo tratar a literatura de forma inovadora em sala de aula?; 6) Uso de sequências didáticas no ensino de literatura e 7) Análise comparada do ensino de literatura no passado e no presente. Espera-se, com este simpósio, verificar pesquisas e estudos que tratem da discussão sobre o ensino de literatura na contemporaneidade, bem como a interface literatura, formação de professores de Língua portuguesa e avaliação da aprendizagem.
Palavras-chave: Literatura. Ensino. Formação de professores. Contemporaneidade.
EIXO TEMÁTICO: REALIDADE E FICÇÃO: DESDOBRAMENTOS DISCURSIVOS E NARRATIVAS HÍBRIDAS
REPRESENTAÇÕES DISCURSIVAS ESPAÇOS CONFIGURADORES DE NOVAS PRÁTICAS CULTURAIS E IDENTITÁRIAS
Édila de Cássia Souza SANTANA (UEMS-UUC/UFMS-CTL-PG)
As representações textuais em suas variadas formas artísticas têm assumido, nos espaços discursivos, relações importantes no que compreende às indagações sobre fronteiras, aproximações e distanciamentos das diferentes áreas do conhecimento e modalidades artísticas. Dessa forma, a ideia proposta por Julia Kristeva (2005) de que todo texto é uma absorção e transformação de uma infinidade de textos, e a observação feita por Bakhtin (1998) de que o romance admite introduzir na sua composição gêneros diversos, tanto literários como extraliterários, permitem entender o desenvolvimento de tal postura no âmbito das transformações que ocorrem na sociedade e que alteram a forma como os indivíduos percebem e representam a realidade. Dessa condição emerge a necessidade de (re) organizar os espaços discursivos, questionando conceitos dados como absolutos, criando assim espaços configuradores de novas práticas culturais e identitárias. Assim, as representações discursivas são marcadas pela constante presença de discursos híbridos que promovem a transposição das fronteiras e a articulação das diferenças em vozes, mesmo que conflituosas, como ocorre, por exemplo, na relação entre a ficção e a realidade, entendidas como maneiras distintas de narrar os fatos. No que tange a essa relação, Linda Huctheon (1991) cunhou o termo “metaficção historiográfica”, referindo-se aos romances históricos como textos que se apropriam de acontecimentos e personagens históricos, incorporando história e ficção, sendo, portanto, narrativas que representam identidades e que incorporam discursos e aspectos próprios no seu processo formativo. Essa abordagem discursiva representa uma nova forma da narrativa literária, questionando valores e pensando por si e em si mesma, não à procura da verdade, porém, à cata de uma infinidade de leituras e de questionamentos.
Palavras chaves: Ficção. Realidade. Metaficção Historiográfica. Literatura Contemporânea.
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